quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Carta aberta aos professores e alunos com os quais convivi na Universidade Católica de Brasília (UCB)

Alguns professores nos marcam de forma indelével. O professor Milton Cabral foi um desses. Escrevi esse texto no dia 07 de abril de 2010, por ocasião de sua morte.

Rodrigo Ramthum

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Carta aberta aos professores e alunos com os quais convivi na Universidade Católica de Brasília (UCB)

Ingressei na Universidade Católica de Brasília (UCB) no segundo semestre de 2000. A primeira aula que tive no curso de Comunicação Social foi uma aula inaugural para receber os calouros. Milton Cabral Viana, à época diretor do curso de Comunicação, presidia a mesa.

No decorrer da aula, o professor Milton passou a palavra a uma professora que compunha a mesa. No meio de sua fala, a professora disse que naquele dia era aniversário do Milton. Reproduzo o diálogo que se seguiu, omitindo os nomes.

Professora X – Hoje é aniversário do nosso diretor. Agora vou passar a palavra para a professora Y, que fará uma homenagem ao professor Milton Cabral.

Milton Cabral – Não. Você me devolva a palavra, que eu a passo para a professora Y.

Assim foi feito. Este foi meu primeiro contato com Milton Cabral Viana. Depois, eu viria a tê-lo como um verdadeiro mestre. Ele me ensinou, como a tantos outros, o valor do conhecimento acadêmico; o valor da palavra, quer escrita ou falada. Milton me ensinou a importância do sobrenome. Foi o primeiro a me chamar de “Ramtum”. Foi o primeiro, também, a me reprovar por falta, e isso só me deu motivos para admirá-lo ainda mais. Nunca pude dizer isso a ele.

Hoje, no enterro do mestre, eu pude rever grandes amigos e professores: Giuntini, Carvalho, Silveira, Curvello, Scheufler, Moreira, Neiva, Filgueiras, Teles, Vidigal (apesar das diferenças criativas), Spínola, Arruda, Villela, Lacerda, Freire, enfim... Todos homens e mulheres que admiro e respeito. A vocês, o meu muito obrigado pelos anos de convivência na Chatólica, digo, Católica.

Não vou cometer a leviandade de afirmar, justamente em um texto em homenagem ao Milton, algo que não tenho certeza, mas ouvi de fonte segura que a sagacidade e a elegância decretaram luto.

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