segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Absurdo?

Minha quarta coluna no SPNet, publicada no dia 30 de junho de 2011. Foi complicado escrever após sofrermos uma derrota por 5 a 0 para o nosso rival, Corinthians, mas futebol é assim mesmo. A coluna teve um bom número de acessos, alcançando o segundo lugar da semana. Já o São Paulo Futebol Clube...

Rodrigo Ramthum


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Absurdo?
Leia e tire suas conclusões
Publicado por ramthum
30/06/2011

“SPFC escalado! Confira os 11 titulares (...)”. Quando, no último dia 26, o twitter oficial do São Paulo Futebol Clube publicou esse texto, seguido de um link com a escalação para o jogo contra o Corinthians (leia aqui), nenhum são paulino poderia prever o que aconteceria nojogo.

Como todos já sabem, clássico é clássico e vice-versa. Minha expectativa era de que manteríamos, no mínimo, a invencibilidade. Na melhor das hipóteses, sairíamos com os três pontos. Na pior delas sairíamos com uma derrota, mas nada acachapante. O que de fato aconteceu, amigos, foi que o São Paulo Futebol Clube levou a maior goleada (5x0) já sofrida contra nosso arquirrival em CampeonatosBrasileiros.

Na página oficial do tricolor no Facebook, a manchete era “Com um a menos, Tricolor perde o clássico”. Prontamente, o torcedor Thiago Rios resumiu o sentimento da maioria dos torcedores: “De boa, o juiz não errou em expulsar o C. Paraíba [Carlinhos Paraíba]... Vamos parar de arrumar isso como desculpa.” (leia aqui). Eu concordo com ele. É fato que sentimos a ausência do Lucas e do Casemiro, bem como a expulsão do Paraíba, mas nem isso pode explicar, ou atenuar, um 5x0.

Não farei uma análise mais profunda da partida, pois para isso existem outras colunas aqui no SPNet, mas vou repercutir alguns comentários/notícias que li após o jogo de domingo. Confiram:

“Após goleada, São Paulo reforça segurança no CT da Barra Funda”
(@SPNet_Oficial, twitter oficial do SPNet)

“Cacilds! O São Paulo tomou mais gols do que eu tomei garrafas de cachaça hojis!”
(@MussumAlive, twitter de humor)

“Precisamos superar derrotas sem perder a classe. Falar mal não resolve. Ao trabalho, confiando nos mais velhos também.”
(@vereadormac, twitter oficial do Marco Aurélio Cunha (MAC))

“Corinthians provoca o Tricolor em site oficial: 'freguês bom sempre volta’”
(@ge_saopaulo, twitter do GloboEsporte.com exclusivo sobre o tricolor)


O fato é que o São Paulo foi goleado e tivemos que aguentar as brincadeiras dos amigos. É a vida. Mas o jogo de ontem (quarta-feira) contra o Botafogo, no Morumbi, deveria ter servido para apagar o mau desempenho de domingo. Deveria.

São Paulo X Botafogo
O São Paulo entrou em campo com um Morumbi vazio. Pouco mais de 8 mil torcedores foram ao estádio. Isso é compreensível. O que não é compreensível é o São Paulo, após cinco partidas, levar apenas um gol e, apenas duas rodadas depois, ter levado oito. O que não é compreensível é o nosso goleiro bater uma falta como a que bateu na primeira etapa do jogo (Rogério isolou a bola) e falhar daquela forma no primeiro gol (assista aqui).

O fato é que o time todo do São Paulo não jogou bem, deu espaço de sobra para o Botafogo e demonstrou um poder de reação pífio. Ao final do jogo, que terminou com a vitória do time carioca por dois a zero, Rogério Ceni disse em entrevista que “esse não é o São Paulo”. Concordo. A torcedora Denise Oliveira, pelo Facebook, também concordou (leia aqui). Mas o que pode ser feito para que voltemos a ser o São Paulo das cinco primeiras rodadas? Alguém se arrisca a responder?

Para fechar a coluna, quero, finalmente, explicar o título. As duas derrotas são um absurdo? São, por acaso, inaceitaveis? Que nada! Isso mesmo, que nada. Não é absurdo perder duas partidas seguidas após cinco vitórias. Futebol é isso mesmo. Ontem eu já estava preparado para soltar os cachorros em cima do tricolor na coluna de hoje (em especial no Carpegiani), mas eis que meu sobrinho, Ricardo Ramthum, tuita a seguinte frase após uma cobrança de falta do Ceni no segundo tempo: “aê, essa foi mais perto do gol, Rogério!”. Se ele, que tem apenas 15 anos, consegue levar na esportiva essas duas derrotas, não serei eu a fazer drama por conta disso.

Vamos em frente, tricolor. Temos uma semana para treinar, refletir (isso é importante) e nos prepararmos para enfrentar o Flamengo. Vamos com tudo!


A 'tuitada' da semana... (levem na esportiva, ok?)

"CADE analisa fusão entre Sadia e Rogério Ceni."
(@microcontoscos, twitter de humor criado por Leonardo Lanna)

@SPNet_Oficial
- Seleção do que foi notícia no twitter do SPNet durante a semana -

"Erros e acertos de uma goleada http://migre.me/57FM1" (26 de junho)

"Fifa destaca goleada e olé do Corinthians em clássicohttp://migre.me/57LYy" (27 de junho)

"Política de reestruturação http://migre.me/589FG" (28 de junho)

"Rogério Ceni assume culpa e contraria Dagoberto sobre realidade são-paulina http://migre.me/58ZgE" (30 de junho)

O são paulino Rodrigo Ramthum tem 29 anos, é jornalista e reside em Brasília, DF. Escreve nesse espaço sempre às quintas-feiras.

Aprenda “wikiwiki” o que significa “wiki"

Outro artigo publicado no Blog da Apoio 3, dessa vez no dia 02 de agosto de 2010. Esse trata do termo "wiki" relacionado a internet. Sabe o que significa? O texto explica "wikiwiki".

Rodrigo Ramthum

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Aprenda “wikiwiki” o que significa “wiki"
O criador do termo 'wiki' associado
a internet, Ward Cunninghan
Por Rodrigo Ramthum

Desde muito cedo percebi que não se deve persistir em um trocadilho fraco. Então, para começo de assunto, vamos esclarecer o título. O termo ‘wiki’, em havaiano, significa rápido. Ao ser duplicado, passa a significar muito rápido. Logo, esta postagem se propõe a explicar em poucas linhas do que se tratam as wikis.

O termo wiki ligado a internet foi lançado por um programador de computadores, o americano Ward Cunninghan, em meados dos anos 90. A ideia era criar um web site visando tornar “a troca de ideia entre programadores mais fácil e ágil”, de acordo com o próprio Cunningham.

Essa “troca de ideia” pressupunha um espaço onde todos pudessem contribuir. Daí surgiu o termo wiki para designar plataformas onde os conteúdos possam ser adicionados ou alterados por qualquer usuário da rede de maneira rápida e descomplicada. A inspiração veio de uma viagem que Cunninghan fez ao Havaí, onde conheceu os Wiki Wiki Shuttle, que são ônibus destinados a curtos trajetos entre os terminais do aeroporto de Honolulu, capital do Havaí.

Wikipédia
A wiki mais famosa é a Wikipédia. Quando efetuamos uma busca no Google, ele nos mostra o resultado em ordem hierárquica, definido pelo número de acessos de cada página. Via de regra, ao pesquisarmos sobre uma marca, um músico pelo qual nos interessamos, ou até mesmo sobre um fato histórico, a Wikipédia aparece entre os primeiro resultados. Isso porque ela tem uma ótima aceitação entre os usuários da internet como fonte de pesquisa rápida, ou melhor, muito rápida.

Página inicial da Wikipédia: site conta com mais de meio milhão de artigos em lingua portuguesa
O que garante a confiabilidade da Wikipédia são os seus editores. Pessoas espalhadas por todo o globo monitoram os artigos publicados, ou alterados, garantindo a veracidade das informações. Esse sistema não é a prova de falhas. Recente, pesquisando sobre um lutador de MMA, encontrei na Wikipédia a “informação” de que o atleta já havia derrotado o Jaspion, herói fictício de um seriado japonês dos anos 80. Em 16 de junho desse ano, um usuário anônimo inseriu a falsa informação de que a atriz Drica Moraes havia falecido. No entanto, levou somente 15 minutos para que um colaborador da Wikipédia percebesse o erro e corrigisse o artigo.

WikiLeaks e WikiCrimes
Outra wiki que ganhou destaque nos últimos anos é a WikiLeaks. O site é descrito como um “serviço público criado para proteger denunciantes, jornalistas e ativistas que possuam materiais relevantes para serem divulgados ao mundo [leaks, em inglês, significa vazamento]”. Recentemente a WikiLeaks divulgou documentos confidenciais sobre a guerra do Afeganistão, causando furor em toda a mídia internacional.

No Brasil existe a WikiCrimes. Desenvolvido pelos brasileiros Vasco Furtado e
Leonardo Ayres, a WikiCrimes se propõe a mapear crimes e informar ao usuário as localidades mais perigosas. O site, criado em 2007, possui o slogan “Mapeando crimes colaborativamente”.

Links:
Wikipédia – www.wikipedia.org
WikiLeaks – www.wikileaks.org
WikiCrimes – www.wikicrimes.org

Artigo: STF, William Bonner e @Sensacionalista: três cases de sucesso no twitter

Publiquei esse artigo no blog da empresa Apoio 3 Sistema de Comunicação, na qual trabalhei durante vários anos. Ele foi escrito no dia 23 de fevereiro de 2011.

Rodrigo Ramthum

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Artigo: STF, William Bonner e @Sensacionalista: três cases de sucesso no twitter

William Bonner em foto
divulgada pelo twitter: o comandante da tropa
O que faz um twitter ser sucesso de público? O que faz um sucesso de público ser sucesso também no twitter? Enfim, o que faz um twitter de sucesso? Ao olhar com atenção o rumo que o twitter tomou no Brasil, podemos encontrar múltiplas respostas para cada uma dessas questões.

No dia 15 deste mês, uma estagiária do Supremo Tribunal Federal (STF) utilizou a conta oficial do Órgão no twitter para contar uma piada sobre o presidente do Senado, José Sarney. O mote da piada era a aposentadoria do jogador de futebol Ronaldo Luís Nazário de Lima, o “Fenômeno” (veja imagem abaixo).

Sarney não demonstrou ter levado a sério a brincadeira e chegou a divulgar no YouTube um vídeo comentando o ocorrido (assista aqui). O presidente do Supremo Tribunal Federal, Ministro Cezar Peluso, não comentou o caso, mas a Secretaria de Comunicação Social divulgou nota esclarecendo o fato, informando sobre a devolução da estagiária e pedindo desculpas à “eminente autoridade” envolvida no episódio.

Não vou entrar no mérito do amadorismo demonstrado pela assessoria de imprensa, a qual permitiu à uma estagiária contratada por uma empresa terceirizada acesso ao twitter oficial do STF. Quero destacar o fato deste mesmo twitter ter conquistado mais de 10 mil seguidores em uma semana.

O sucesso
O Supremo Tribunal Federal já havia ganhado notoriedade entre usuários de redes sociais por conta da votação da chamada “Lei da Ficha Limpa”, durante as eleições de 2010. Isso o colocou entre os twitters de Órgãos do Governo com maior número de seguidores. No entanto, o episódio envolvendo a estagiária ajudou o perfil do STF a alcançar a marca de 73 mil seguidores.

Falando em seguidores, o twitter com maior número deles no país é o do apresentador Luciano Huck, da Rede Globo. Atualmente Luciano Huck conta com 2,732,186 (dois milhões, 732 mil e 186) seguidores no micro blog. Um ótimo exemplo de sucesso em redes sociais. Outro bom exemplo também vem da Rede Globo: William Bonner.

STF, Bonner, @Sensacionalista e as considerações finais
William Bonner entrou no twitter como quem não quer nada. Começou brincando com sua falta de habilidade em tuitar. Perguntava e era prontamente respondido pelos primeiros seguidores. Não fazia menção ao Jornal Nacional e chegou a tuitar uma “receita de brigadeiro exclusiva”. O âncora do jornal recordista de audiência no Brasil há quatro décadas passava uma imagem diferente do que eu, e creio que a maioria, imaginávamos.

A partir daí, os seguidores se multiplicaram e criou-se a “tropa” do “tio Bonner”, o qual passou aos poucos a inserir o JN em suas tuitadas. Realizou votações para escolher a gravata que usaria, comentou reportagens especiais que foram ao ar, enfim, tudo de maneira bem natural. A essa altura, ele já contava com quase um milhão de seguidores no twitter.

Atualmente, Bonner tem exatos 1,280,671 (um milhão, 280 mil e 671) seguidores. Sempre inovador, ele agora tuita durante a apresentação do Jornal Nacional. O “comandante” informa sobre o que virá no próximo bloco, comenta trechos de matérias e, ao final, se despede com um intimista “show, né? Vocês também. Obrigado, tropa. Inté”.

E onde entra o @Sencacionalista nessa história? Bom, ele serve como elo de ligação entre os dois exemplos. Primeiramente, o site Sensacionalista: Um jornal isento de verdade (assim mesmo, sem vírgula) foi criado por um grupo de amigos. A ideia é soltar na internet manchetes falsas baseadas em acontecimentos do cotidiano. Deu certo. O twitter do @Sensacionalista está próximo de alcançar os 60 mil seguidores. Os caras já causaram confusão quando publicaram a “notícia” de que uma americana havia ficado grávida assistindo a um filme pornô 3D. Basta uma rápida busca no google para descobrir que grandes jornais de todo o mundo publicaram a piada como sendo verdadeira.


Recentemente, a equipe responsável pelo @Sensacionalista assinou contrato com o canal a cabo Multishow para um programa que deve estrear em março deste ano. Eles farão o caminho inverso ao feito por William Bonner. Bonner já era sucesso na televisão, com uma carreira de mais de 20 anos dedicados ao jornalismo. Aventurou-se no twitter e conseguiu repetir o êxito em um território nem sempre seguro para celebridades. Já o @Sensacionalista conquistou sucesso no twitter e vai partir para uma nova empreitada em um grande canal de televisão.

Com esses exemplos, procurei ilustrar o que levou ao sucesso três twitters tão diferentes. Isso não quer dizer que exista uma fórmula. Existem vários outros casos bem sucedidos de pessoas, empresas e organizações que conseguem, em maior ou menor grau, sucesso no twitter. Esse “sucesso” pode ser compreendido de várias formas, assim como o número de seguidores não define por si só o êxito. A apresentadora Xuxa Meneguel, desde que se calou no twitter em 2009, já ganhou mais de 300 mil seguidores. Pense nisso.

Para encerrar o artigo, faço uma última consideração sobre o @Sensacionalista. A equipe responsável pelo site e pelo twitter é sem dúvida muito competente, e eles podem ter ganhado uma contribuição de peso, já que anunciaram oferta de emprego como redatora para a estagiária que foi “devolvida” pelo STF no episódio da piada com Sarney (leia aqui). Quem sabe a moça não vira um sucesso no twitter? Quem sabe?

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Como perder a moral em 48 horas

Desde o dia 09 de julho de 2011 escrevo uma coluna semanal no portal SPNet. A coluna é publicada sempre às quintas-feiras e dedica-se a repercutir o que se comenta, ou divulga-se, sobre o São Paulo Futebol Clube, meu time de coração, nas redes sociais. A coluna abaixo foi publicada no dia 25 de agosto e me colocou em primeiro lugar entre as mais acessadas. Quando pensei em publicar uma aqui no blog, essa foi a que me veio em mente. Por que será, não é mesmo?

Rodrigo Ramthum

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Como perder a moral em 48 horas 
O Henrique ensina. 
Publicado por ramthum
25/08/2011

O Brasil foi campeão do Mundial Sub 20. Isso todo mundo já sabe. No plantel convocado pelo Gogó de Ouro Ney Franco, quatro jogadores do São Paulo: Bruno Uvini, Casemiro, Willian José e o nosso grande/super/ultra/power  atacante Henrique.

Henrique é prata da casa. Foi eleito o melhor jogador e artilheiro do Mundial Sub-20, o que deixou a nós,  sãopaulinos,  orgulhosos, como prova o twitter oficial do tricolor (leia aqui). O fato é que Henrique tinha todas as condições para chegar ao Brasil como herói e cair nos braços da torcida. Mas o que ele fez? Jogou merda no ventilador!

Henrique chegou bufando. Ainda no aeroporto disse que não queria mais conversa com o São Paulo Futebol Clube, que não estava sendo valorizado, etc, etc. Falou poucas e boas e ainda por cima divulgou pelo seu twitter oficial a entrevista que deu ao LANCE!NET (veja aqui). Os torcedores reagiram de imediato. Também pelo twitter, o tricolor Guilherme Filho comentou: “São essas atitudes que te deixa no banco. Baixa a bola!” (leia aqui).

Henrique não ouviu o conselho. Logo no início da semana foi o convidado do programa Arena SporTV e simplesmente detonou o São Paulo em cadeia nacional. Voltou a afirmar que estava insatisfeito, que tinha propostas, enfim, novamente falou o que quis. O time de comentaristas do canal, inclusive o ídolo Muller, apoiaram o jogador e colocaram em dúvida a qualidade das categorias de base do São Paulo, tão elogiada por eles próprios.
Parecia ensaiado. Não me arrisco a tentar explicar, mas que parecia algo planejado e arquitetado, isso parecia. Não estou me referindo apenas à entrevista no Arena. Falo de tudo relacionado a este caso. Chego a acreditar que ainda na semifinal do Mundial Sub 20, onde Henrique foi destaque, ele e seu empresário já começaram a pensar em como agir caso ele fosse campeão.

Eu não gostei. O torcedor Romulo Sanz também não gostou e soltou o verbo. Já foi logo dizendo que “o São Paulo já teve Raí, Müller, Careca... temos Luis Fabiano e Dagoberto em ótima fase, e um tal de Henrique quer ser Craque?”(leia aqui), questionou. O fato é que após todo esse imbróglio, Henrique assinou contrato por cinco anos.

De acordo com o próprio jogador, “a situação agora está 100% resolvida. Ambas as partes saíram felizes.” Será mesmo? Vocês estão felizes? Eu, particularmente, vou cobrar do Henrique cada bobagem que ele disse sobre o São Paulo. Já que ele adotou o caminho do enfrentamento pela mídia, creio que não podemos responder de outra forma, senão cobrando que ele retribua em campo toda essa arrogância que tivemos que tolerar nos últimos dias.

Como ele próprio disse que não tinha mais contrato com o São Paulo (leia aqui), seja bem vindo de volta, Henrique. Espero que esteja realmente pronto para reconquistar a nação tricolor.

Tuitada da semana
"Com ofertas do exterior, Henrique diz que contrato com São Paulo é 'ilegal'" (@SporTV)

SPNet Oficial
- destaque da semana no twitter do SPNet -

"RT @aletdiz Destaque no Mundial na Colômbia, o atacante Henrique já notificou o São Paulo de que não retornará mais ao clube do Morumbi." (21 de agosto)

"Diálogo é a base da convivência entre Ceni e preparador http://migre.me/5x2Ct" (21 de agosto)

"De Ronaldinho do Paraguai a Imperador no CRB: Aloísio volta como ídolo http://migre.me/5xnfY" (22 de agosto)

"Com bons números, Dagoberto sonha com a Seleção Brasileira http://migre.me/5xA6f" (22 de agosto)

"Henrique renova contrato por cinco anos com o Tricolor http://bit.ly/rodJQ6" (24 de agosto)

O são paulino Rodrigo Ramthum (@rodrigoramthum) tem 29 anos, é jornalista e reside em Brasília, DF. Escreve nesse espaço sempre às quintas-feiras

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Artigo: Luz, câmera, Karate

Já que o post anterior foi sobre cinema, esse aqui é um artigo que publiquei em 15 de agosto de 2009 no meu blog Sobre Dojos e Ringues. Ele faz uma relação entre o filme japones "Kuro-Obi" e o karate da família Machida.

Rodrigo Ramthum

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Artigo: Luz, câmera, Karate
por Rodrigo Ramthum

Acabo de rever o filme Kuro-Obi. O Karate teve seus bons momentos no cinema, mas Kuro-Obi é sem dúvida um filme síntese. Foi lançado em 2007, mas não chegou ao circuito comercial aqui no Brasil. De qualquer maneira, são muitos os karatecas que assistiram e não encontrei na rede mundial quem não tivesse gostado do filme.

A grande questão no Kuro-Obi é como ele incorpora o espírito do karate tradicional e, transitando entre sutileza e rispidez, mostra todos os princípios da arte das mãos vazias, tais como o respeito (Não se esqueça de que o Karate-do começa e termina com REI), a não violência (Não existe primeiro golpe no Karate) e, é claro, a prontidão (Ao sair pelo seu portão, você se depara com um milhão de inimigos). Independente de escola, federação, associação, ou qualquer coisa que o valha, o karate em essência é isso.

Outros princípios que reconheço no filme são a retidão (O karate permanece do lado da justiça), concentração (A mente deve ficar livre), além de encontrar também aspectos técnicos como o 17º princípio do Shotokan, onde diz que “A KAMAE (posição de prontidão) é para os iniciantes; com o tempo, adota-se a SHIZENTAI (postura natural)”, basta observar os protagonistas Giryu (Akihito Yagi) e Taikan (Tatsuya Naka), já o Choei (Yuji Suzuki) nem tanto, hehehehe.

Revi Kuro-Obi depois de ler a matéria de capa da Tatame desse mês. Uma reportagem detalhada com 11 páginas contando a história da família Machida. Lyoto é o destaque, mas no texto você fica conhecendo melhor os irmãos e o pai de Machida, Yoshizo Machida. Inspirador. É ótimo constatar que existem famílias vivendo não apenas do Karate, mas para o Karate. A opção de Lyoto por lutar MMA ainda será reconhecida como histórica para o Karate moderno.

Refletindo sobre o que já li, e vi, a respeito de Lyoto Machida, entendo que se trata de um karateca no sentido tradicional do termo. Lyoto demonstra respeito, prontidão, retidão, concentração, e naturalidade. Para aqueles que acharem que me esqueci da não violência citada no segundo parágrafo, eu penso que o simples fato dele lutar em um evento oficial, sob regras determinadas, e ter um comportamento disciplinado fora do octagon, demonstra que Machida não é nenhum brigão, mas sim um lutador.

No texto publicado na Tatame, o patriarca da família Machida afirma que a verdadeira filosofia do karate é definir o combate, assim como no judô se tem o ippon e no Jiu-Jitso a finalização. Ele também conta que frequentemente ‘puxa a orelha’ do filho. “Sempre brigo com o Lyoto para não tirar pontos dos adversários, mas para decidir a luta o quanto antes”, disse ele ao repórter Marcelo Alonso, autor da matéria. Ocorre que o bom trabalho de defesa é justamente o diferencial de Lyoto no UFC. O patriarca concorda, afirmando que “por ter um estilo diferente do meu [Yoshizo] e do Chinzo, o Lyoto desenvolveu muito a parte defensiva dele (...). Não é a toa que ele é o único que nunca tomou uma porrada.”

No luta final do Kuro-Obi, entre Giryu e Taikan, ocorre o seguinte diálogo:

Taikan: Agora posso compreender as palavras do mestre. Aquele que consegue evitar melhor o ataque é mais forte.

Giryu: Quero agradecê-lo. Se você não desviasse dos ensinamentos eu nunca teria aprendido. Seus ataques são tão bons, que exigem tudo de mim. Obrigado.

Taikan: Essa era a maneira correta pra mim, Giryu. Você merece a faixa-preta (Kuro-Obi). Você é o melhor.

Ao rever esse diálogo do filme, veio na minha cabeça uma associação clara com o karate dos Machida. Mal comparando, diria que o karate por eles praticado mostra que podemos ter no ataque a melhor defesa, bem como ter na defesa o melhor ataque. Prova disso é a continuação da conversa com o pai de Lyoto. No texto, Yoshizo afirma que, contra Rashad [Evans], mandou o filho mudar a característica: "disse pra ele tentar o nocaute logo no início, e ele consegui", afirmou. A luta durou exatos 3 minutos e 29 segundos.

Isso me lembra outro princípio: Mude de estratégia de acordo com o adversário.

Oss

Resenha “Anatomia de um Crime” (1959)


Escrevi essa resenha em 4 de outubro de 2011. Ela foi parte de um projeto que apresentei para a OAB-DF (Ordem dos Advogados do Brasil, seccional DF). Era uma proposta de coluna sobre cinema, voltada para os chamados "trialmovies". A coluna nunca saiu do papel, mas ficou a resenha.

Rodrigo Ramthum

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Resenha “Anatomia de um Crime” (1959)

Uma estrada em Michigan, nos Estados Unidos. Um veículo se aproxima. É o advogado Paul Biegler (James Stewart) conduzindo seu velho Cadillac. A câmera o acompanha. Em um bar, vemos um senhor tomando seu último drink. Trata-se de Parnell McCarthy (Arthur O'Connell), melhor amigo de Biegler.

Anatomia de um Crime (1959), obra prima do diretor austríaco Otto Preminger, é sem dúvida uma referencia quando o assunto é filmes com temática ligada ao Direito, os chamados “trialmovies” ou “courtroom drama” (“filmes de julgamento” ou “dramas de tribunal”, em traduções literais). Além de Preminger na direção, o filme conta também com roteiro assinado por Wendell Mayes e trilha sonora composta pelo mestre do jazz Duke Ellington.

A trama gira em torno do assassinato cometido por um militar de nome Frederick "Manny" Manion (Ben Gazzara). Após a prisão de “Manny”, sua esposa, Laura Manion (Lee Remick), recorre aos serviços doprotagonista Biegler. A partir desse ponto têm-se início uma série de conflitos envolvendo os três personagens centrais da trama: o assassino, sua bela esposa e seu advogado.

James Stewart, então com 51 anos, atua de forma brilhante na pele do personagem Paul Biegler, um advogado do interior que, após sair derrotado de uma disputa para promotor público, perde o gosto pelo Direito e passa a dedicar boa parte do seu tempo a tocar piano, pescar e conversar com seu amigo, o também advogado Parnell McCarthy.

Ocorre que a proposta de Laura Manion para defender seu marido traz de volta a Biegler o gosto pela sua profissão, e isso termina por contagiar a todos no filme, inclusive McCarthy, que, aposentado, sofre com a dependência do álcool. Os dois passam a estudar o caso de Frederick “Manny” e a montar uma defesa para a acusação de assassinato.

Antes de aceitar o caso, porém, Paul Biegler e “Manny” protagonizam a clássica negociação entre cliente e advogado. Durante a cena, Biegler diz ter apenas “quatro formas de defender um réu em um caso de assassinato”. Revelá-las aqui seria um crime. Recomendo ouvirem dele próprio. Que tal?

Ficha técnica e informações adicionais:
Anatomia de um Crime
Título original: Anatomy of a Murder
Ano de lançamento: 1959
Idioma: Inglês
Duração: 160 minutos

- o filme foi indicado para sete Oscars, entre eles o de “Melhor Ator” para James Stewart;
- o músico Duke Ellington faz uma participação especial no filme, onde toca piano em um bar ao lado do protagonista Paul Biegler;
- o cartaz do filme foi feito por Saul Bass, um dos mestres no ofício;
- o filme foi considerado pela American Bar Association, entidade composta por advogados de todos os Estados Americanos, um dos 12 melhores do gênero.

Carta aberta aos professores e alunos com os quais convivi na Universidade Católica de Brasília (UCB)

Alguns professores nos marcam de forma indelével. O professor Milton Cabral foi um desses. Escrevi esse texto no dia 07 de abril de 2010, por ocasião de sua morte.

Rodrigo Ramthum

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Carta aberta aos professores e alunos com os quais convivi na Universidade Católica de Brasília (UCB)

Ingressei na Universidade Católica de Brasília (UCB) no segundo semestre de 2000. A primeira aula que tive no curso de Comunicação Social foi uma aula inaugural para receber os calouros. Milton Cabral Viana, à época diretor do curso de Comunicação, presidia a mesa.

No decorrer da aula, o professor Milton passou a palavra a uma professora que compunha a mesa. No meio de sua fala, a professora disse que naquele dia era aniversário do Milton. Reproduzo o diálogo que se seguiu, omitindo os nomes.

Professora X – Hoje é aniversário do nosso diretor. Agora vou passar a palavra para a professora Y, que fará uma homenagem ao professor Milton Cabral.

Milton Cabral – Não. Você me devolva a palavra, que eu a passo para a professora Y.

Assim foi feito. Este foi meu primeiro contato com Milton Cabral Viana. Depois, eu viria a tê-lo como um verdadeiro mestre. Ele me ensinou, como a tantos outros, o valor do conhecimento acadêmico; o valor da palavra, quer escrita ou falada. Milton me ensinou a importância do sobrenome. Foi o primeiro a me chamar de “Ramtum”. Foi o primeiro, também, a me reprovar por falta, e isso só me deu motivos para admirá-lo ainda mais. Nunca pude dizer isso a ele.

Hoje, no enterro do mestre, eu pude rever grandes amigos e professores: Giuntini, Carvalho, Silveira, Curvello, Scheufler, Moreira, Neiva, Filgueiras, Teles, Vidigal (apesar das diferenças criativas), Spínola, Arruda, Villela, Lacerda, Freire, enfim... Todos homens e mulheres que admiro e respeito. A vocês, o meu muito obrigado pelos anos de convivência na Chatólica, digo, Católica.

Não vou cometer a leviandade de afirmar, justamente em um texto em homenagem ao Milton, algo que não tenho certeza, mas ouvi de fonte segura que a sagacidade e a elegância decretaram luto.

Bigode by Gott

Escrevi essa crônica no dia 8 de agosto de 2011. Foi uma das poucas aventuras que fiz pelo estilo até o momento, mas pretendo organizar novas "expedições".

Rodrigo Ramthum

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Bigode by Gott
por Rodrigo Ramthum

Queria ter barba. Fosse um barbudo, seria policial ou bandido. Ainda criança, já me arriscava com o barbeador do meu avô materno. Tenho na memória, de forma um tanto quanto vaga, episódio envolvendo um barbeador, um corte no meu rosto e pó de café. Enfim...

Meu pai, já falecido, morreu com uma carteira de cigarros Derby, uma úlcera e um bigode. Um tanto quanto ralo, com largos intervalos entre um fio e outro, mas sem dúvida alguma um bigode! Minha mãe, por sua vez, continua viva e, para alivio meu e de todos os seus convivas, não tem bigode. Prosseguindo...

Sempre quis ter barba. O destino, porém, pregou-me uma peça e não me deu tal adereço facial, herança de nossos ancestrais símios. Tenho uma barba rala, cheia de falhas e imperfeições, tal qual o bigode do meu pai.

Certa feita, respondi a minha filha que meu rosto estava vermelho porque tinha feito à barba. Ela me disse: "mas você não tem barba, pai". Isso me doeu na alma. Deixei minha “barba” crescer por uma semana e apresentei-me diante dela, sem falar nada sobre o assunto. Ela olhou para mim, sorriu e fez o mesmo que eu; não tocou no assunto. Finalizando...

Penso que estou sozinho no mundo. Tentei organizar uma Marcha dos Sem Barba, mas fiquei desestimulado quando vi que não há sequer uma comunidade no Orkut sobre tal assunto. A título de curiosidade, meu avô, citado no início do texto, me disse uma vez que a palavra bigode vinha de “by Gott” [“por Deus”, em alemão]. Ao puxar um pelo, o homem dizia “by Gott”. Não confirmei a versão até hoje. Tenho certo receio de que não seja correta. Prefiro ficar com a (es)história do meu avô. Concluindo...

Queria ter barba. Fosse um barbudo, seria policial ou bandido. Não teria meio termo na minha vida. Como não sou, escrevo. Levo uma boa vida sem ela, é verdade. Mas o fato é que queria ter barba.

Erros das pesquisas por todo o país...

Escrevi esse texto no calor da eleição para presidente do Brasil, em 2006. Foi durante a apuração do primeiro turno, quando Lula foi para o segundo turno contra Geraldo Alckmim. Não sou filiado a nenhum partido, mas votei em Lula em todas as eleições desde 1998 e,  naquele momento, acreditava, como acredito até hoje, que sua reeleição seria fundamental para o país.

Rodrigo Ramthum

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Erros das pesquisas por todo o país...

23h 48' minutos do dia 01 de outubro de 2006

Acabo de olhar a última parcial do resultado das eleições no site do TSE. Com 95,10% das urnas apuradas, o candidato Lula, da coligação 'Força do Povo', está com 49,09% dos votos válidos. Geraldo Alckmim, da coligação 'Por um Brasil Decente', conta com o apoio de 41,09% dos que foram às urnas neste domingo. Teremos segundo turno. Em números percentuais, a diferença é de apenas 8%. Em números reais, essa diferença é de sete milhões, 246 mil e 266 pessoas. Como resumiu a apresentadora de cabelos longos e sorriso fácil: "Foi uma disputa acirrada!".

O Clichê: "A lição das urnas"

O Brasil disputa sua quinta eleição direta para presidente. Lula esteve em todas e foi eleito em 2002 com 62% dos votos no segundo turno, perdendo para José Serra apenas no estado de Alagoas. Dizer que foi a primeira vez que a direita ficou fora do poder depois de séculos é falar o que todos já sabem. O fato é que Lula foi um marco não só para a história do Brasil mas também para a história da América latina, tão marcada por ditaduras e governos extremistas. Durante o seu mandato, Lula teve atropelos e acertos que cabem apenas ao eleitor julgar. A novidade é que o PT, ao contrário do que se esperava, não conseguiu melhorar a administração pública. Mas isso não chega a ser bem uma novidade. Os erros que foram cometidos nesta gestão não devem nada aos cometidos por Fernando Henrique Cardoso. Só o fato de aprovar a reeleição durante o seu primeiro mandato, mudando assim as regras do jogo, já prova isso.

O certo é que Lula cumpriu seu período de quatro anos e, apoiado na lei criada por FHC, se candidatou à reeleição. Outros sete candidatos concorreram contra ele. Outros tentaram, mas foram barrados em disputas internas nos seus partidos. 2006 foi um ano de muito barulho e de muitas pesquisas para medir o ruído.

Em pesquisa realizada entre os dias 20 e 21 de fevereiro de 2006, após a crise da compra de votos, o instituto Datafolha apurou que Lula teria 43% dos votos, seguido por Alckmin com 17% e Antoni Garotinho com 11% -naquele período ainda se cogitava a sua participação no pleito. Heloisa Helena teria 6% e Cristovam 1%. O IBOPE, em pesquisa no mês de janeiro deste ano, aferia a Lula 41% dos votos, a Alckmin 18%, a Heloisa Helena 10% e a Cristovam 2%. Bem medido e bem pesado, a mesma coisa que o Datafolha. A única diferença é que ao invés de cometer o mesmo erro que o concorrente, o IBOPE foi além e trouxe para a disputa Germano Rigotto, que teria naquela época 3% dos votos...

Existem quatro grandes institutos de pesquisa no Brasil. IBOPE, Datafolha, Sensus e VOX Populi. Eles atuam em várias áreas além das pesquisas eleitorais e empregam uma grande quantidade de pessoas. O problema aqui não são os institutos de pesquisa, mas sim o uso que se faz deles.

Você já deve ter notado quando o âncora engomadinho do jornal das 8 avisa que a pesquisa que ele acaba de divulgar foi encomendada pela Federação das Indústrias de São Paulo (FIESP), por exemplo. Isso significa que esta Federação está interessada no processo eleitoral, por razões que não cabe aqui detalhar, e encomendou a pesquisa junto a algum dos vários institutos de pesquisa disponíveis. Saiba que qualquer uso que se faça dessa pesquisa encomendada, seja na elaboração de uma simples estratégia comercial, seja na sua divulgação no jornal das 8 com o âncora engomadinho, estão atreladas a esse interesse, da Federação das Indústrias de São Paulo, no processo eleitoral. Ou seja, a pesquisa serve a quem pagou por ela, da maneira que o comprador achar que lhe convém.

Enfim, para fechar a urna. Ou melhor, a questão!

As últimas pesquisas para o governo do Rio Grande do Sul apontavam uma vitória já no primeiro turno do atual governador Germano Rigotto. A surpresa veio nas urnas. Rigotto teve 1331 vezes mais votos que o "Engenheiro Pedro Couto", da Social Democracia Cristã, último colocado na disputa. Derrotar um cristão, embora seja uma tarefa nobre, não foi o suficiente para levar o atual governador nem ao segundo turno do pleito. Este será decidido entre Yeda Crusius, do PSDB, e Olívio Dutra, do PT. A pesquisa falhou. Poderia ter acertado, mas não acertou. Isso me leva a crer que exista sempre a possibilidade do erro ser maior do que a margem apresentada de 2%. Isso me mostra que as pesquisas podem ser manipuladas. Isso nos remete ao desfecho da história.

O desfecho:

Outro ponto que chama a atenção é o estado da Bahia. Para ser curto e grosso, as pesquisas de opinião davam vitória já no primeiro turno ao governador Paulo Souto, do PFL. De fato a disputa se encerrou no primeiro turno, mas com a vitória de Jaques Wagner, do PT, com 55% dos votos. Os jornais noticiaram a vitória do petista baiano com sendo "surpreendente e imprevisível". Será?
Outro dado curioso são as pesquisas da disputa presidencial por regiões. Lula, segundo elas, só venceria no norte e no nordeste. Os estados do sul, sudeste e centro-oeste, mais ricos e cultos, estariam apoiando Alckmin. Na opinião dos especialistas, o povo brasileiro estaria dividido: as três regiões mais ricas e com melhor escolaridade apoiariam Alckmin. As duas regiões mais pobres, portanto alheias aos escândalos de corrupção, votariam a favor de Lula. Ok. Senão vejamos...

Lula de fato tem maioria esmagadora nas regiões norte e nordeste. Na região sul temos os estados de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul. No primeiro Alckmin leva vantagem, no segundo ficam ambos, Lula e Alckmin, na casa dos dois milhões de votos, com leve diferença para o tucano. No Rio Grande do sul, como foi dito, haverá segundo turno para governador com o PT na disputa, o que, além de contrariar as pesquisas, mostra também a força de Lula no estado. Já na região Sudeste, tenho de reconhecer, a vitória é mesmo de Alckmin. Mas tem um detalhe que não pode deixar de ser mencionado: a região sudeste possui quatro estados. Lula venceu em três deles.

Espírito Santo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Em todos Lula venceu a disputa com Alckmin. O Geraldo vence apenas em São Paulo. O slogan da coligação do tucano é "Por um Brasil decente". Realmente São Paulo elege seus representantes pensando na decência e na ética. Não é a toa que Paulo Maluf acaba de ser eleito o deputado federal com mais votos pelo estado de São Paulo. Isso é decência! Os paulistas também elegeram Clodovil para deputado. Isso, com o perdão do trocadilho, é indecência mesmo. Agora olhe para a lente da verdade e responda: Quem está com a 'Força do Povo'?

Rodrigo Ramthum

Carta ao cérebro

Primeiro texto que subo para o blog. Foi escrito no dia 18 de julho de 2005. Não sei bem como classificá-lo, mas posso dizer que foi escrito para uma namorada e que, de uma certa forma, funcionou bem.

Rodrigo Ramthum

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Carta ao cérebro
- com carinho, do seu amigo, “aquele que bombeia sangue” –
obs.: não gosto desse apelido

Não confunda! Oras bolas, um homem não pode se aliar.... Não, aliar fica ruim. Vamos de novo. Bom. Um homem não pode se juntar a outra pessoa? Deus, ficou pior. Um amigo disse que “o pobre junta os pano de bunda, o rico fica noivo e o classe média resolve morar junto”. Pode ser. Mas como eu dizia...

Um homo sapiens tem o direito de se unir a uma “homo sapias”. Em qual sociedade isso não lhe foi garantido? Algumas, melhor evoluídas nestes assuntos matrimoniais, o concederam duplamente. Ou triplamente, por vezes. Porém, poligamia não é aqui discutida; estando de fora, para te agradar, qualquer matéria que não se estenda sob a luz da objetividade e de sua aliada, a lucidez. Então brindemos...

Brindemos as reticências, que me permitem refletir, durante a escrita, sobre o que acontece com nossa pessoa neste momento em que ele se une. Une? Não, muito cristão. Bom mas é algo entre o unir, passando pelo juntar, que não chega a ser uma aliança. Por falar nisso, já temos uma. Mas permitam-me! Quero direito a defesa plena. Cada uma nos custou 3 reais, prontamente derrubados para “duas por 5”, conseguindo, assim, poupar-nos um beija-flor. Fora o desconto, concedido por um suposto chileno, estávamos em uma feira “ripe” atrás de uma tal folha que vovô não fuma. Convenhamos, isso foge ao ortodoxo (não é vc que se diz rebelde?).

Alguns podem dizer coisas do tipo: “na minha terra isso se chama casamento”. Não estariam errados. Tão pouco certos! Bom, se procurar um termo adequado não nos deixou mais esclarecidos do que antes, parto para um outro método. Vou atrás de uma definição. Como, em poucas palavras, definiria o meu/nosso estado atual?

Loucura! Estupidez parcial e comprometedora!! Ausência de bom senso temporária!!! Não, senhor!!!! Seu juízo permanece inalterado, o que não garante o funcionamento pleno, mas põe em pé de igualdade a reflexão sobre esta e outras idéias, espero. Mas que idéia? Eu sei. Ainda não deixei claro o que está se passando. Mas procurarei, nestas últimas linhas, ser mais objetivo; promessa feita no segundo parágrafo e descumprida já no terceiro. Pois bem...

Estou amando, eu acho - não sei bem aplicar uma palavra já tão gasta. Estado de torpor? Bom, quero crer que nosso espírito não sofra de alcoolismo. Acho que estou gostando muito, apesar de também gostar de morangos e nem por isso me casar com um. Eu disse casar? Deus, como é complicado fugir desta palavra. Mais ainda fugir da vontade de estar junto. Seja lá como isto se chama! Um abraço camarada. O problema agora é seu. Se não fui claro, é porque o amor tem razões que até a razão desconhece*.

*desculpe o clichê. Não foi minha intenção ofende-lo

Com respeito, o coração.


Je t'aime, menina

Rodrigo Ramthum