Nesta manhã, meu filho aproximou-se e perguntou se estava tudo bem comigo. Não estava. Eu acabara de receber a notícia do falecimento de José Paulo Mollica e tentava, em vão, segurar as lágrimas.
Paulo, como era conhecido, não era meu amigo de longa data. Nunca tomei uma cerveja com ele ou sequer sei se ele nutria esse hábito. Não tivemos a chance. O conheci em 2019, quando ele levou seus dois filhos mais velhos, à época com 4 e 5 anos, para treinar karate no dojo que frequento, a Associação Bushinkan de Karate Shotokan (ABKS).
A empatia foi instantânea, talvez pela idade próxima a minha e também por ambos termos três filhos. Trocamos algumas ideias e eu dedicava especial atenção aos seus pequenos, Daniel e Rafael, durante os treinos.
Mas veio a pandemia. Academia fechada, isolamento social, máscara. Pelo grupo no WhatsApp, mantínhamos contato uns com os outros. Há poucos dias, Paulo publicou uma última mensagem: "Oi pessoal. Estou na UTI COVID. ORAÇÕES!!! 🙏🙌".
Eu, que não sou religioso, flagrei-me pedindo a Deus para que tudo desse certo para nosso colega. Não deu. Ele foi mais uma das milhares de vítimas por todo o País; milhões pelo mundo.
Paulo, como era conhecido, não era meu amigo de longa data. Nunca tomei uma cerveja com ele, e tudo o que queria agora era apenas dar-lhe um abraço forte. Cuidem-se.
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