quarta-feira, 21 de dezembro de 2022

Texto originalmente publicado no Instagram em 7 de dezembro de 2022.

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A paternidade proporciona momentos sublimes e de grande alegria. Por exemplo quando eles dormem, vão visitar os avós ou mesmo para uma colônia de férias. Mas quero falar de um momento entre pai, filho e Papai Noel.

Temos um cachorro idoso, manco e parcialmente cego chamado Chico. Outro dia, enquanto passeávamos, eu, Theo e Chico, chamei a atenção do pivete por correr pra muito longe, quando um sujeito de cabelos e barba grisalhas surgiu do nada e disse: "Tem que obedecer o papai."

Meu filho olhou para o cidadão e mandou na lata: "Você é o Papai Noel?" No que o senhor respondeu: "Sou, sim, mas estou disfarçado." E continuou: "O que você vai querer ganhar de Natal?" Theo respondeu: "Quero o Venon!"

"Papai Noel" prometeu deixar o presente na noite de Natal. No dia seguinte, Theo me diz: "Papai, eu esqueci de falar com o Papai Noel do presente do Beto [irmão dele]. Podemos ligar pra ele?"

Como qualquer pai responsável, meu pensamento era um só: "Como sustentar a mentira?" Pra ganhar tempo, chamei o temporão para outro passeio com Chico. No caminho, Theo entra na portaria do prédio vizinho e reencontra o "Papai Noel"!

"Papai, achei ele!" O senhor, muito solícito, entra no personagem e cumprimenta meu filho, que não perde tempo: "Eu esqueci de falar do presente do meu irmão." Papai Noel: "Ah, e o que ele quer de Natal?" Theo: "O minions Otto!"

Eu sorrio, agradeço ao cidadão pela paciência, carinho e carisma, e sigo meu rumo. Já na entrada do nosso prédio, Theo me fala: "A gente nem tirou uma foto pra mostrar pro Beto!" Volto, entro na portaria do edifício ao lado. Pergunto pro porteiro sobre o senhor de barba e cabelos grisalhos e explico a situação. O porteiro chama no apartamento. Eis que resurge Papai Noel, sem aspas e sem ressalvas. A foto comprova: era mesmo o Papai Noel!

Ele atende pelo nome de Castilho, é bem verdade, mas, para o Theo, será sempre o bom velhinho. Nunca havia cruzado com esse nobre vizinho, mas deixo registrada minha gratidão por fazer uma criança acreditar que a vida pode ser mágica.



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